terça-feira, novembro 07, 2006


Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe o paladar,
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...

Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...
Alberto Caeiro

3 Comments:

Blogger Liliana Maia said...

Uau! muito bonito!!
força!!

07 novembro, 2006 21:38  
Anonymous Anónimo said...

devo dizer que gostei mt do poema pois, realmente é deveras a forma mais pura de transmitir o que a nossa alma quer dizer..

sub.

07 novembro, 2006 23:45  
Blogger Fresquinha said...

Obrigada pela visita.

13 novembro, 2006 02:59  

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